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Foto do escritorMarcos Leandro

Trocado por dois jogos de camisa, 20 pares de chuteiras e 20 bolas

Atualizado: 11 de fev. de 2023

Início dos anos de 1980. Um dos clubes que disputavam o Campeonato Pernambucano era a Associação Atlética Santo Amaro. Fundado na década de 1950 - participava dos torneios amadores com o nome de Vovozinhas -, o time chamava a atenção pelas grandes goleadas ... que levava! Em 1976, perdeu por 14x0 do Sport, com 10 gols só de Dadá Maravilha! Sete anos antes, o Santa Cruz aplicou 15x2 na equipe alvirrubra.


Foi o Santo Amaro, entretanto, que revelou o xerife Ricardo Rocha para o futebol. Tempos difíceis. O jovem Ricardo chegava a andar 6 km para ir treinar e percorria a mesma distância para voltar para sua casa, no bairro de San Martin, Zona Oeste do Recife (PE). Realidade difícil que muitos garotos que sonham em seguir a carreira de jogador profissional precisam encarar e muitos não conseguem superá-la. Porém, felizmente, esse não foi o destino de Ricardo Rocha, dono de uma trajetória vitoriosa nos clubes os quais passou (dentre eles São Paulo, Vasco e Real Madrid), além da Seleção Brasileira.



"O Santo Amaro era um time muito pobre. A gente se apresentava na hora do jogo, não tinha alimentação. A gente chegava para treinar e Seu Pimenta, que era o presidente que cuidava de tudo, dava o padrão, mas as chuteiras eram nossas. Jogava de Kichute (tênis que foi febre na garotada por ter o formato de uma chuteira). Era uma vida muito difícil, mas cada um tem sua história. Minha saída para o Santa Cruz não envolveu dinheiro. Fui trocado por dois jogos de camisa, 20 pares de chuteiras e 20 bolas", recordou Ricardo Rocha, na época com 17 anos.

Apesar de jovem, Ricardo já jogava no profissional do Santo Amaro. No Santa Cruz, o nosso xerife chegou para a base. Mas não demoraria para subir de vez para o time principal. E não foi como zagueiro. Mas essa história a gente conta no próximo capítulo!


Até lá!



*O Santo Amaro ainda virou Casa Caiada nos anos de 1990, antes de fechar de vez as atividades. Dentro de campo, em 1981, o clube conquistou sua maior glória, quando foi vice-campeão da Taça de Bronze (espécie de Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro), perdendo a final para o Olaria, do Rio de Janeiro, treinado por Duque (ex-Náutico, Santa Cruz e Sport).


** Foto tirada em 2022, na pelada organizada por Jonas Belo e que reúne amigos da época do Santo Amaro e de San Martin.


Pesquisa: Site Terceiro Tempo / MIlton Neves


Entrevista: Podcast Papo de Craque / Fábio Azevedo

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