O técnico Cuca anunciou a saída do Corinthians na madrugada desta quinta-feira (27). Após a vitória por 2x0 sobre o Remo e classificação nos pênaltis para as oitavas de final da Copa do Brasil, ele realizou um pronunciamento e comunicou o pedido de demissão. Segundo o treinador, a decisão foi tomada por causa da forte pressão exercida pela torcida. O motivo? A condenação dele no caso de agressão sexual no fim da década de 1980, na Suíça, quando ainda era jogador do Grêmio.
Cuca foi condenado a 15 meses de prisão por causa de um estupro a uma garota, que na época, tinha 13 anos de idade. Apesar da negativa do técnico, que se diz inocente, o advogado da vítima revelou recentemente, em entrevista ao UOL, que ela reconheceu o treinador e que sêmen dele foi encontrado nos exames.
No pronunciamento, Cuca lamentou a saída precoce do Corinthians e revelou que as redes sociais das filhas e esposa foram invadidas com uma série de xingamentos e cobranças de demissão do técnico. Além disso, ele ainda contou que contratou uma equipe de advogados para se defender no caso, que segundo o treinador, não teve oportunidade de fazer na época. Porém, existem relatos de que os advogados do Grêmio participaram de todo o julgamento na Suíça.
No Corinthians, Cuca comandou a equipe em dois jogos e obteve uma vitória (Remo) e uma derrota (Goiás). Agora, o presidente Duílio Monteiro Alves corre contra o tempo para buscar um substituto.
Veja pronunciamento de Cuca na íntegra
"O que estou passando é a pior coisa que um homem pode passar, quando afetam a dignidade. Invadiram as redes sociais das minhas filhas e minha esposa com uma série de ameaças, xingamentos e pedidos de saída da minha parte.
Eu saio neste momento, não é pelo o que eu queria. Se espera uma vida inteira para estar aqui. É um pedido da minha família. 'Pai, vem, estamos precisando'. Amanhã estou em casa, vou cuidar de vocês.
Contratei o Doutor Daniel Bialski, criminalista, a Doutora Bia, que vão fazer todo o trabalho que eu nunca pude fazer. Agora vai ser feito. Quem fala coisas indevidas também, quem julga também pode ser julgado, mas o mais importante é agradecer o presidente. É uma pessoa maravilhosa. Eu conversei com ele, já tinha tomado essa decisão ontem. Ele vive ali dentro, como se fosse mais um, humilde, e eu estava prejudicando ele. A pressão que ele está sofrendo é enorme.
Então não é justo deixar eles sofrendo por um problema que é meu. É nisso que foi baseado essa saída minha. Agradecer aos jogadores nesses sete dias que estive aí, me abraçaram, compraram o meu barulho, minhas ideias. Se Deus quiser, volto um dia para poder fazer um trabalho do começo ao fim"
Foto: Rodrigo Coca/Corinthians
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